Perna de pau, tapa-olho, mão com gancho, bandeira de caveira?
O que é mito e o que é verdade na história dos homens mais temidos mares.
Vamos começar pelas famosas bandeiras com o desenho de uma caveira, cruzada de ossos, popularmente conhecidas como "Jolly Roger". Elas realmente foram usadas, tornando-se populares a partir do final do século XVII, principalmente por piratas ingleses que navegavam pelo Atlântico Norte. Mas a caveira não era o único símbolo das bandeiras piratas. Figuras com ossos, espadas e até mesmo ampulhetas eram usadas com o objetivo de assustar as pobres vítimas. A ampulheta tinha como signficado o "pouco tempo" que restava às vítimas.
Os piratas corsários, ou seja, aqueles que possuiím a carta de corso - licença oficial do governo para praticar saques - usavam corriqueiramente a bandeira dos seus países. França e Grã-Bretanha apoiaram e investiram em corsários.
E quanto ao tapa-olho, perna de pau, mão com gancho?
Obviamente, devido aos combates, muitos piratas eram mutilados, mas não existem evidências de que piratas usassem tapa-olho ou gancho no lugar da mão. Acredita-se inclusive, que as cicatrizes eram exibidas com orgulho, como sinal de valentia e experiência. Em relação à perna de pau, realmente existiram piratas que substituíram a perna perdida por um "apoio" de madeira. Entre os mais famosos estão o francês François Le Clerc e o holandês Cornelis Jol.
O escocês J.M. Barrie criou o Capitão Hook e a ideia de piratas com mão de gancho |
No período em questão, o comércio ultramarino acontecia em larga escala e produtos valiosos cruzavam os oceanos carregados em navios de diferentes nacionalidades. Ao contrário do que se pode pensar, mesmo com toda a riqueza acumulada na Europa, advinda das colônias e do lucrativo comércio feito entre os continentes, grande parte da população vivia sob péssimas condições. Buscando atender a demanda de mão de obra, grupos eram treinados para navegar sob as ordens de um líder, intitulado "capitão."
Une-se então, a possibilidade de adquirir riquezas em áreas afastadas e sem qualquer fiscalização ao fato de que grupos marginalizados poderiam ser treinados para prestar serviços como marinheiros e o resultado é o surgimento de marujos, que deixavam as cidades como foras da lei em busca de tesouros, impossíveis de ser conquistados em terra firme.
Une-se então, a possibilidade de adquirir riquezas em áreas afastadas e sem qualquer fiscalização ao fato de que grupos marginalizados poderiam ser treinados para prestar serviços como marinheiros e o resultado é o surgimento de marujos, que deixavam as cidades como foras da lei em busca de tesouros, impossíveis de ser conquistados em terra firme.
Piratas e Corsários na Idade Moderna. Artigo de Nelson Rocha Neto, disponível em http://www.utp.br/historia/revista_historia/numero_3/link/Nelson-Rocha-Neto.pdf
História, Sociedade de Cidadania de Alfredo Boulos Júnior. Ed.FTD 2009.