segunda-feira, 29 de agosto de 2011

OS PIRATAS

Perna de pau, tapa-olho, mão com gancho, bandeira de caveira? 
O que é mito e o que é verdade na história dos homens mais temidos mares.

Presentes no imaginário de crianças e adultos, os piratas tem seu perfil construído e caracterizado pelo cinema e literatura. Quem não conhece o Capitão Gancho, vilão de Peter Pan ou mais recentemente, o atrapalhado Jack Sparrow da quadrilogia "Piratas do Caribe"? Será que esses piratas realmente se parecem com os homens que cruzavam os oceanos em busca de  embarcações carregadas de produtos valiosos?

Vamos começar pelas famosas bandeiras com o desenho de uma caveira, cruzada de ossos, popularmente conhecidas como "Jolly Roger".  Elas realmente foram usadas, tornando-se populares a partir do  final do século XVII, principalmente por piratas ingleses que navegavam pelo Atlântico Norte. Mas a caveira não era o único símbolo das bandeiras piratas. Figuras com ossos, espadas e até mesmo ampulhetas eram usadas com o objetivo de assustar as pobres vítimas. A ampulheta  tinha como signficado o "pouco tempo" que restava às vítimas.

Os piratas corsários, ou seja, aqueles que possuiím a carta de corso - licença oficial do governo para praticar saques - usavam corriqueiramente a bandeira dos seus países. França e Grã-Bretanha apoiaram e investiram em corsários.

E quanto ao tapa-olho, perna de pau, mão com gancho? 
Obviamente, devido aos combates, muitos piratas eram mutilados, mas não existem evidências de que piratas usassem tapa-olho ou gancho no lugar da mão. Acredita-se inclusive, que as cicatrizes eram exibidas com orgulho, como sinal de valentia e experiência. Em relação à perna de pau, realmente existiram piratas que substituíram a perna perdida por um "apoio" de madeira. Entre os mais famosos estão o francês François Le Clerc e o holandês Cornelis Jol.

O escocês J.M. Barrie criou o Capitão Hook e a ideia de piratas com mão de gancho
Recompensas eram oferecidas em nome dos reis àqueles que capturassem - ou mesmo matassem  - piratas de nações inimigas. Mas será que os piratas eram apenas bandidos dispostos a matar e roubar? 

No período em questão, o comércio ultramarino acontecia em larga escala e produtos valiosos cruzavam os oceanos carregados em navios de diferentes nacionalidades. Ao contrário do que se pode pensar, mesmo com toda a riqueza acumulada na Europa, advinda das colônias e do lucrativo comércio feito entre os continentes, grande parte da população vivia sob péssimas condições. Buscando atender a demanda de mão de obra, grupos eram treinados para navegar sob as ordens de um líder, intitulado "capitão."

Une-se então, a possibilidade de adquirir riquezas em áreas afastadas e sem qualquer fiscalização ao fato de que grupos marginalizados poderiam ser treinados para prestar serviços como marinheiros e o resultado é o surgimento de marujos, que deixavam as cidades como foras da lei em busca de tesouros, impossíveis de ser conquistados em terra firme.

Fontes:
Piratas e Corsários na Idade Moderna. Artigo de Nelson Rocha Neto, disponível em http://www.utp.br/historia/revista_historia/numero_3/link/Nelson-Rocha-Neto.pdf
História, Sociedade de Cidadania de Alfredo Boulos Júnior. Ed.FTD 2009.


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